Viver. Reitero
aqui que se trata do mais árduo processo que já foi proposto ao ser humano. Não
obstante os mais dificultosos obstáculos que necessitam ser transposto diariamente,
temos ainda que por em prática algo que pode ser tido como a mais básica e
indisponível necessidade do homem, isto é, a complexa tarefa a que se refere à
expressão “relacionar-se”. Há quem diga
que não há mistério algum nisto. Eu concordo. E o faço por ser ter a mais plena
certeza de que a dificuldade mor não consiste em praticá-la, mas sim em
escolher com quem nos “relacionaremos”.
De fato, trata-se
de uma polêmica questão. Existem aqueles que defendem com unhas e dentes nas
redes sociais serem completamente contra o ato de encenar e expor sentimentos e
opiniões que não são verdadeiras. Chamaremos a estes de fanáticos da seita que
prega o repúdio a falsidade alheia. Outros se utilizam da prerrogativa que têm
de não depositar algo que todos nós carregamos conosco e que, sabe-se lá
porque, resolvemos chamar de “confiança”. Quanto a eles, digo apenas uma coisa:
sem esta misteriosa substancia, não existe relação, em todos os aspectos, mas sim
uma mera convivência, sem sentido algum. Por último, mas não menos importante,
temos ainda aqueles que aprenderam a mais certa e infalível maneira de
selecionar aquele aos quais daremos a chance de integrar o nosso circulo
social, a observação. Com o passar do tempo você percebe, de maneira incontestável,
que o observar é melhor coisa a se fazer. Devido ao decorrer dos anos, a vida
te ensina que pessoas são capazes de dizer o que querem, além de possuir o mais
incrível talento de externar apenas aquilo que lhes é interessante para o
momento. Seria isto um defeito? Sim. Uma tática de defesa imanente ao mais
lídimo extinto humano? Também. Entretanto, não está blindada ao fracasso.
Esse mesmo ser
que é capaz de articular-se de forma tão persuasiva para conseguir o que quer,
possui uma ingrata e traiçoeira característica, cujo potencial tem o condão de
fazer com que a mais encaixada mascara venha ao chão, como se nada a segurasse
na face de quem a utiliza. É o que chamamos de atitude. Estas sim são
constatadas com a mais pura e simples arte de observar. Servem para nos mostrar
o quanto ideias explanadas e defendidas com unhas e dentes aos quatro cantos e
a quem quiser ouvir, são completamente verdadeiras ou em nada correspondem aos
fatos. Cria a mais vergonhosa situação transformando pessoas até então idôneas em
verdadeiras contradições ambulantes. Extinguem dogmas e
mostram a cada um de nós o quanto estávamos equivocados, no que tange às nossas expectativas.
Faz com que saibamos o que aqueles ao nosso redor, de fato, são. Nos previne
contra decepções e, em poucas palavras, torna algo que até então era complexo e
temeroso, nas mais saudável e prazerosa atividade a integrar o incrível rol de
capacidades a serem desenvolvidas por nós, seres humanos, ou seja,
relacionar-se.
Faça isto, e
perceberá o quanto a frase “com o tempo você aprende que o observar é bem mais
útil do que o questionar” faz o mais puro sentido, e que para descobrir quem
uma pessoa realmente é, você não precisa de nada além dos seus olhos.
João
Marcelo Mastra
www.facebook.com/mastraautor
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