Certa vez, um
jovem habitante deste planeta, já cansado de tantas decepções afetivas e desacreditado
da real existência do famoso sentimento conhecido pelo nome amor, resolveu, em
um momento de reflexão na varanda de sua humilde residência, se revoltar com o
universo. Sem saber o porquê de tamanha falta de sucesso em sua vida afetiva,
resolveu descarregar diversos questionamentos ao tempo, na esperança de que
algum ser divino e inexistente o respondesse e lhe entregasse a fórmula mágica
para a tão esperada história de amor. Algumas horas se passaram. O único som
que havia escutado era o gorjear de uma ave nativa da área em que morava. A
preguiça bateu, aquele jovem revolto caiu em um sono profundo e, sem saber que
se tratava de um sonho, se viu em um lugar escuro, onde nada podia
enxergar. Sem nada entender, ouviu uma
voz que o chamava pelo nome. Assustado, logo berrou indagando:
- Quem é que está ai? Como sabe meu nome?
Onde eu estou?
- Acalme-se. Não se espante. – Respondeu
a voz.
Uma luz
acendeu. A misteriosa voz havia se personificado. Tratava-se de um homem alto,
de cabelos grisalhos e idade avançada. Vestido com uma roupa branca, cuja
intensidade podia ser comparada com a de uma bola de neve, tratou de cumprimentar
o moço que ali estava. Ao perceber a expressão de assustado formada na face
daquele jovem, resolveu prosseguir com o assunto.
- Vejo que está assustado e gostaria de me
apresentar. Sou alguém que foi encarregado de lhe mostrar todas as respostas
para os questionamentos levantados por você nesta manhã. Venha comigo.
- Mas senhor – disse o jovem – Para onde
estamos indo?
- Acalme-se. Não me questione e apenas me
siga.
Sem nada
entender, obedeceu às ordens daquele misterioso ser e o seguiu. Após alguns
minutos de caminhada, percebeu que estava em um lugar alto, cuja vista era para
um aglomerado de pessoas que, a principio, pareciam exercer atividades normais
para o cotidiano da humanidade. Entretanto, era daquela imagem, que sairiam
todas as respostas almejadas pelo visitante daquele lugar.
- Pois bem – Disse o ancião – está vendo
aquele grupo de pessoas ali em baixo?
- Claro. Vejo perfeitamente. – respondeu
- Consegue notar alguma diferença entre
elas? – indagou o ancião.
- Não. São todas normais, sem diferença
alguma. – Respondeu.
- Pois é. Agora vamos analisá-las por outra
ótica. Outra situação.
A tela
rapidamente mudou, e a visão agora era outra. Um grande campo cuja recepção era
formada por um arco gigantesco onde estava escrito a frase “Campo da vida
humana”. Algo repleto das mais variadas situações. Assustador e, ao mesmo
tempo, encantador. Um grupo de pessoas separadas em uma parte onde rosas e
flores eram abundantes. Sentimentos como alegria e amor parecia reinar
absolutamente. Outras, em uma zona
mista. Um lugar onde o verde tentava sobressair, mas era apagado pelo seco que
insistia em se fazer presente. Já outro grupo, separado em um lugar distante,
onde a tristeza parecia imperar sem problema algum.
Percebendo o
ar de espanto, seguido por uma expressão de quem não estava a entender
absolutamente nada, o ancião resolveu prosseguir com a explicação.
- Pois bem. E agora, consegue enxergar
alguma diferença entre elas? Indagou o guia.
- Claro. Alguns estão em uma área repleta de
coisas boas. E outros não. – Respondeu o jovem, com um ar de extrema
confusão.
- Exatamente. Repare bem as características
dos habitantes da parte florida do campo. Os que estão aqui são pessoas que
descobriram uma dádiva da vida humana. A chave para o sucesso em todos os
aspectos. Um sentimento nobre, de suma importância, conhecido por muitos, porém
praticado por poucos: O amor próprio. Estas têm consigo um brilho sem igual.
Por esse motivo, atraem pessoas que de alguma forma as acrescente algo de bom.
São repletas de uma arma poderosa conhecida como autoconfiança. Estão sempre
certas de tudo o que fazem e são. Sabem o valor que têm e não deixam que nada,
muito menos alguém, as rebaixe a um valor menor e conseqüentemente, alcançam a
tão esperada história de amor.
Percebendo o
fascínio expresso no rosto de seu aprendiz, prosseguiu com a explicação.
- As que estão na parte mista do campo, são
aquelas que sabem o que as aguardam se decidirem encerrar o vínculo com o
momento que passou e não pertencem mais a elas. Contudo, preferem insistir em
naquilo que já deveria está declarado
como página virada e por isso não conseguem avançar até a zona da felicidade.
Perdendo, assim, toda a magia e magnitude do que deveria estar sendo vivido.
Ao perceber a
expressão de quem ia perguntar sobre a última parte do campo, o ancião
continuou com a sua mensagem.
- Por último temos as pessoas cuja capacidade
de superar instantes ruins não foi desenvolvida por completo. Este tipo de ser
humano é marcado pela ausência de todas as características observadas no
primeiro grupo que têm amor próprio. Não se valorizam. Passam o dia inteiro
lamentando sua sorte amorosa e analisamos. Não dizendo que nasceram para ficar
sozinhas. É o tipo de pessoa que não sabe se dá o devido valor e,
conseqüentemente, nada de bom consegue atrair para si. São esquecidos pelo
mundo, e nada conseguem alcançar. Sem perceber que a culpa não de ninguém mais
além deles, joga a culpa no destino, que nada tem a ver com essa triste realidade.
Portanto meu nobre jovem. A resposta para a
sua pergunta é apenas uma:
Aquele que não conhece o amor
próprio e não pratica a autoconfiança terá sua vida marcada pelo amargo sabor da solidão. Só é contemplado
com o privilégio de amar alguém aquele que ama,
em primeiro lugar, a si mesmo.
COMPLETAMENTE
FASCINADO com o que acabará de descobrir, o jovem foi mandado de volta a terra,
acordando na varanda de sua casa. Ainda sem acreditar em tudo o que tinha
acontecido, aprendeu, a partir daquele momento, que só consegue construir uma
história de amor aquele que possui altas reservas de amor próprio, além do
liquido responsável pela extinção da praga chamada insegurança.
Após aquela
mensagem, tratou de mudar as suas atitudes e, por conseqüência, alcançar tudo
aquilo que até então não passava de um sonho sem chance alguma de realização.
Texto de:
Marcelo Mastra
Já te disse que vc irrita às vezes??? rsrsrs
ResponderExcluirMais uma vez te parabenizo pelos textos...